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    A participação e a importância da mulher no mercado financeiro: qual o atual cenário?

    12 de março de 2021
    Por Redação Zoop
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    Como está a participação e qual é a importância da mulher no mercado financeiro? Segundo uma publicação da Forbes, o público feminino na B3, Bolsa de Valores Oficial do Brasil, subiu de 179 mil para 924 mil CPFs inscritos no período entre 2018 e março de 2021, o que representa 26,6% do total de investidores no momento.

    Parte desse crescimento pode ser atribuído ao acesso facilitado à educação financeira que temos agora. Mas será que quando falamos em carreira, a participação e a importância da mulher no mercado financeiro segue a mesma trajetória de crescimento?

    O mesmo artigo destaca que a ANBIMA, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, constatou que apenas 6% das pessoas que tiraram a Certificação de Gestores de Carteiras ANBIMA (CGA), direcionada para quem quer trabalhar com carteira de investimentos e gestão de fundos, são mulheres.

    Considerando esses números, quais barreiras ainda impedem as mulheres de ocuparem mais espaço nesse mercado? O que pode ser feito para modificar esse cenário? 

    Sobre esse assunto, Mara Luquet conversou com Carolina Cavenaghi, da Fin4she, e com Ana Leoni, da ANBIMA, no 3º episódio Edição Especial Mulheres do Papo na Nuvem 

     

    Confira, agora, os principais destaques dessa conversa!

    Como quebrar barreiras e inserir as mulheres no mercado financeiro 

    Em um setor ainda ocupado em grande parte por homens, a identificação e a educação são as maneiras mais eficazes para inserir as mulheres no mercado financeiro e, consequentemente, quebrar as barreiras.

    Isso acontece quando, cada vez mais, vemos o público feminino se tornando referência no assunto, ocupando cargos de liderança no setor, ou mesmo sendo as responsáveis pelo surgimento de novas empresas na área.

    A pesquisa “Female Founders Report”, da Distrito, mostrou que somente 4,7% das startups brasileiras foram fundadas unicamente por mulheres.

    Com relação aos serviços financeiros, especificamente, o levantamento apontou que 29,3% das startups têm mulheres no seu quadro societário e 8,2% são fundadas ou cofundadas por mulheres.

    Segmentando por tipos de fintech, as que têm mulheres à frente são:

    • crowdfunding: 37,5%
    • crédito: 21,4%
    • meios de pagamento: 14,3%
    • risco e compliance: 14,3%
    • dívidas: 12,5%
    • fidelização: 11,8%
    • investimentos: 10%

     

    Os números ainda são baixos, mas já é possível ver uma participação maior das mulheres no mercado financeiro do que tempos atrás.

    Dica de leitura: “Por que promover a inclusão bancária para mulheres?

    Carolina Cavenaghi, da Fin4she, plataforma de conexão do ecossistema financeiro para mulheres e marcas, sempre trabalhou nesse mercado, mas a maternidade mudou a sua forma de atuação.

    Eu já trabalhava no mercado financeiro há muitos anos e, quando engravidei, tive meus filhos e voltei da licença, comecei a questionar muito essa questão de diversidade e da equidade de gênero, da carreira da mulher, dessa pausa, e de como a gente lida e entra em contato com tudo isso.

    Resolvi fazer um evento, o Woman in Finance, em 2019. Estava esperando 80 mulheres, mas foram 800 escritas.  

    Desde então comecei a pensar em iniciativas de como eu poderia sair da teoria e ir para a prática para trazer essa pauta, tanto de carreira quanto de protagonismo, e de independência financeira feminina.  

    Acredito muito que nós, mulheres, precisamos ir além dessa independência. Precisamos também saber o que fazer com o nosso dinheiro. Isso está totalmente ligado ao nosso envolvimento e conhecimento, em como lidamos com dinheiro e finanças no nosso dia a dia”.

    Não deixe de ler “Serviços financeiros para mulheres, de forma direcionada, são realmente necessários?

    A importância da mulher no mercado financeiro

    Já Ana Leoni, Superintendente de Educação Financeira e Market Data da ANBIMA, diz “fui procurar um emprego e encontrei uma carreira”. 

    Hoje, ela é uma das mulheres no mercado financeiro que geram impacto positivo nesse público. Inclusive, o seu nome aparece na lista das 18 mulheres do segmento para acompanhar, citados na publicação da Forbes que mencionamos no início deste artigo.

    Quando comecei a trabalhar no mercado financeiro entrei em uma equipe de 60 pessoas, aproximadamente 8 eram mulheres, mas ligadas diretamente a clientes e gestão éramos apenas duas. 

    Já em outra empresa, sentava ao lado de uma pessoa (homem) que ganhava quase 40% a mais do que eu para fazer a mesma função. Acredito que isso, de fato, melhorou, mas é preciso mais identificação. 

    Quando você está nesse setor, vê que as características, as qualidades e os traços de personalidade femininos fazem toda a diferença no equilíbrio da equipe. Há uma sensibilidade maior, seja na gestão, seja em uma atividade mais técnica. 

    Não é um mercado de ‘boas-vindas’ para a mulher, é algo que tem que se conquistar. Mas também é preciso ter interesse das mulheres em fazer parte desse clube. 

    Ainda que não tenha essa placa de ‘boas-vindas’, é um mercado muito interessante.”

    Mulheres se posicionam diferente dos homens

    Durante a conversa, a mediadora Mara Luquet, sócia fundadora do MyNews, canal independente de jornalismo no YouTube, destacou que há pesquisas que apontam que as carteiras de ações gerenciadas por mulheres trazem retornos melhores.

    Nós temos muitos traços positivos como investidoras, traços que aplicamos no nosso dia a dia e que conseguimos aplicar também quando investimos. 

    A mulher usa muito bem o chamado ‘buy and hold’ (comprar e segurar). Existem diversas pesquisas que mostram que as carteiras das mulheres têm uma rentabilidade muito melhor do que as dos homens porque somos menos reativas a notícias ruins e a crises. 

    O homem tem uma tendência muito grande de pegar o telefone, já querer vender, trocar, e nós temos essa visão um pouco mais de longo prazo quando investimos, temos um pouco mais de calma. 

    O público masculino é muito focado em estratégia vencedora e de competitividade. Está sempre em busca de ter uma rentabilidade melhor e é um pouco mais agressivo quanto a isso.  

    Já a mulher, pelos estudos de finanças comportamentais — obviamente não se aplica a todas, estou falando de uma forma muito genérica — têm a tendência de olhar como o dinheiro pode contribuir para ela, para a sua família e para os seus sonhos, e não buscando essa estratégia vencedora no sentido de competir”, explica Carolina.

    O papel da tecnologia na participação feminina e na diversidade

    É claro que esse posicionamento não quer dizer que a mulher se arrisque menos que o homem. 

    Podemos dizer apenas que ela procura primeiro estudar e entender melhor o mercado para depois tomar o risco. Quanto a isso, a tecnologia tem papel fundamental, conforme destaca Ana:

    Acho que o mercado está começando a se comunicar melhor com as mulheres […] Hoje se tem acesso, e por meio desse acesso se busca a identificação. 

    Com relação à diversidade, antes você tinha que ir a uma agência para fazer um investimento, ou discutir a sua vida financeira com uma pessoa com a qual não se identificava muitas vezes, homem ou mesmo mulher, mas não tinha tanto essa chance de se abrir e expor as suas questões. 

    Porém, é só a partir dessa exposição que se consegue entender profundamente o que precisa e encontrar caminhos para fazer o investimento mais adequado aos seus objetivos”.

    Ambas as entrevistadas concordam que para haver uma maior participação das mulheres no mercado financeiro é preciso que elas tenham coragem.

    Para Carolina, as mulheres precisam ousar em falar sobre dinheiro sem achar que isso vai passar uma imagem de pessoa gananciosa ou materialista, enquanto os homens são vistos como investidores e sofisticados.

    O mesmo vale para a carreira, além da importância de as mulheres seguirem os seus instintos.

    Do ponto de vista de Ana, ela reforça a questão da coragem, da ousadia e que as mulheres busquem certificações na área que querem atuar.

    Se não há oportunidade, crie uma só para você. Temos que criar oportunidades na nossa vida profissional para podermos assumir coisas novas”, orienta a superintendente do ANBIMA. 

    Para saber tudo o que foi conversado nesse bate-papo, ouça agora o conteúdo na íntegra!

     

     

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